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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Agora.

Agora minha visão embaça.
Agora minha visão escurece.
O breu do teto me abençoa ao sono.
Minha mente se lota de pensamentos.
Sussurros em meus ouvidos me alertam.
Embriagado de álcool  às sombras se apossam de meu corpo moribundo.

Agora minha visão arde.
Agora minha visão avista o fogo.
O lugar que estou não é a minha cama.
Há presenças junto à mim, eu sei.
Há coisas me perseguindo, também.
Embriagado de álcool às chamas se apossam de meu corpo moribundo.

Agora minha visão dói.
Agora minha visão se rende.
O breu é muito forte.
Há uma luz ofuscante ao fim daqui.
Há uma ardência ao fim disso aqui.

Agora minha visão melhora.
Agora minha visão descansa.
A áurea me acalma.
Agora tudo melhora.
Agora chegou à minha hora.

                            -Gabriel Vilodre.